Passivo trabalhista: como prevenir e reduzir esses custos

O Passivo Trabalhista não é uma responsabilidade exclusiva da área de Recursos Humanos e ou do Jurídico, mas de todas as áreas. Não cabe mais o discurso de que a balança da Justiça do Trabalho pende sempre a favor dos empregados, essa fase já é passado, precisamos fazer o "minha culpa", levantar o tapete e entender o que acontece na empresa e não se pode dar as desculpas de que precisamos de produção a qualquer custo.

É imprescindível que o empresário invista nas áreas de RH, Segurança e Medicina do Trabalho, enxergando-as como estratégicas para seu negócio. Essas áreas de suporte geram resultados quando atraem e mantém talentos e também quando atuam na prevenção do passivo trabalhista e na administração das relações de trabalho.

A IMPORTÂNCIA DE UM RH ESTRATÉGICO

O custo das demissões desnecessárias, absenteísmo alto ou o presenteísmo (empregado vem só com o corpo, mas sem alma), são enormes e na maioria das vezes estão patrocinados pela falta de habilidade em desenvolver, conquistar e administrar pessoas. A importância no processo produtivo e na qualidade do produto, assim como no foco do cliente, precisam estar ajustadas a uma gestão moderna de pessoas que equilibra de um lado o capital e do trabalho.

Não basta cumprir a CLT e ou a Convenção Coletiva de Trabalho é preciso avaliar o contexto social, ou seja, qual a cultura da empresa em relação a cultura dos empregados, dependendo do local onde a empresa está instalada. Não se administra as pessoas de uma única maneira, todos sabem disso, em especial em um país como Brasil que tem uma diversidade enorme de cultura e costumes.

O investimento no RH estratégico inicia em oferecer ferramentas adequadas para que o processo de Recrutamento e Seleção não dependa apenas da subjetividade da entrevista e análise do Currículo. Encontrar pessoas com experiência profissional não é a tarefa mais difícil, o mais difícil é encontrar pessoas com perfil de comportamento adequado. Não menos importante é a área de Medicina que deve ter um excelente processo de exame admissional, compatível com a função que será exercida, evitando contratar pessoas com patologias que no futuro vincula ao nexo causal.

OLHAR ATENTO E ORGANIZAÇÃO

Também há em todas as empresas uma ferramenta eficiente para a defesa dos processos trabalhistas, que se chama prontuário. Precisa ser cuidado como se fosse um livro de história, que apresenta a trajetória do empregado na empresa. Não basta arquivar os documentos, esses precisam estar impecáveis e organizados.

TREINAMENTO E RECRUTAMENTO MAIS EFETIVOS

Não é preciso citar o quanto de estratégico tem a área de Treinamento e Desenvolvimento de Pessoas, muitas vezes negligenciada e considerada de alto custo. Tente a ignorância!

Outro ponto a abordar é o recrutamento interno, muitas vezes a promoção para o cargo de gestor tem a ver com o bom desempenho do profissional na área como especialista. Esquecem de avaliar se o perfil comportamental e se o empregado tem potencial para liderança. A promoção equivocada faz com que a empresa venha a perder um ótimo empregado e por outro lado ganhar gestor limitado. É o mesmo que colocar para pilotar uma aeronave um excelente motorista de entregas.

Há que citar também a importância dos processos de feedback, pois muitos gestores demonstram medo de fornecer feedback ao liderado e a ineficiência de um leva o outro a perder o emprego. Algumas vezes no momento do desligamento o gestor decide falar os porquês e daí surgem os danos morais. Se a decisão foi pelo desligamento esse já é um feedback negativo suficiente. Nesta hora seja humano e empático, pois a pessoa já perdeu o emprego. Feedback se faz imprescindível durante o contrato de trabalho, pois é quando ainda há expectativa de que é possível corrigir rotas e também é importante fazer elogios.

Fica claro que reduzir o passivo trabalhista inicia no processo de recrutamento e seleção de talentos e se mantém ao longo do contrato de trabalho até o momento do desligamento ou da aposentadoria.

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